sábado, 7 de junho de 2008

Quero-te longe

Pensei, inocentemente, que a tristeza tinha alcançado o seu expoente máximo.
Pura inocência...se considero que, independentemente daquilo que nos acontece, devemos manter em perspectiva que podia ser muito pior. Há que ter em conta que esse pior pode de facto acontecer.
E aconteceu...

Acho que o termómetro da tristeza atingiu valores tão altos que se partiu...
Apenas sinto um vazio, um sentimento incrédulo, angustiado, zangado, apático, desesperado, ...

Apetece-me falar contigo porque o meu corpo pede-te como uma droga mas não quero ouvir a tua voz, não quero sentir o teu cheiro, não quero ver os teus olhos, nem as tuas mãos, não quero sequer imaginar o teu corpo, a tua face, o teu cabelo...

Não quero nada teu, não quero estar perto de nada que te tenha pertencido, não quero ouvir conversas sobre assuntos que falamos, livros que tenhamos lido, programas televisivos que tenhamos visto...

Quero fingir que nunca te conheci, que nunca me entreguei a ti, que nunca partilhei contigo segredos escondidos no meu âmago, fingir que nunca ouvi a tua voz a embalar-me nas noites frias, fingir que nunca disseste que era eu a responsável pelos teus momentos mais felizes.

Quero sim fingir que não existes, que foste só um sonho que terminou num pesadelo e que eu acordei com um sentimento de vazio que se vai desvanecendo ao longo do dia...

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